Expedia Team, em July 29, 2015

O que fazer em Dublin: roteiro de 3 dias

Capital e maior cidade da Irlanda, Dublin é um destino de viagem do tipo que já dá uma boa impressão logo na chegada. Primeiro, porque a cidade é verde – mérito não só das árvores e parques onipresentes, mas também porque esta é a cor símbolo do país, assim como o trevo de quatro folhas. Segundo, por causa dos irlandeses. Viajar para a Irlanda, logo, é uma ótima pedida: não só a gente conhece um destino lindo, como também volta com um sorriso de orelha a orelha, graças à simpatia dos locais, à boa sorte que, os irlandeses garantem, tem de sobra por lá, e, claro, aos pubs, programa obrigatório no seu roteiro de viagem.

A famosa catedral de Saint Patrick e muitas outras atrações cabem neste roteirinho curtinho em Dublin (Crédito da foto: Clarissa Donda)
A famosa catedral de Saint Patrick e muitas outras atrações cabem neste roteirinho curtinho em Dublin (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Dublin é um destino acessível e fácil de conhecer: em três dias, você descobre os principais pontos da cidade e, para quem esticar por mais algum tempo, ainda dá para fazer alguns bate-volta partindo da capital até outros pontos do país. Fizemos um roteiro de três dias mastigados com dicas das atrações e como chegar até cada uma delas. Confira!

Como se deslocar

Quem fica só por Dublin pode dispensar o carro e andar a pé ou usar o excelente transporte público da cidade. Porém, a dica quente é pegar um dos ônibus hop-on-hop-off, já que em poucas cidades europeias ele funciona tão bem quanto em Dublin. Aposte na empresa Dublin Bus Tours, que tem os ônibus verdinhos de dois andares. Eles oferecem dois roteiros pela cidade, que passam pelos principais pontos turísticos: um, mais tradicional, passa pela cervejaria Guiness, a Trinity College, a Catedral de Saint Patrick e o Kilmainham Gaol; já o outro segue ao longo do Rio Liffey e conta uma parte mais recente da história da capital irlandesa, passando por pontos como o muro do U2 e os novos prédios que estão se erguendo e mudando um pouco a cara da cidade. O valor vale a pena: além do ticket do ônibus valer por três dias – com várias saídas por dia em diferentes horários –, o bilhete ainda dá uma opção transfer de ida e volta para o aeroporto.

Esse ônibus verdinho de dois andares oferece dois ótimos tour para conhecer a cidade em pouco tempo (Crédito da foto: Clarissa Donda)
Esse ônibus verdinho de dois andares oferece dois ótimos tour para conhecer a cidade em pouco tempo

Ah, em tempo: o ônibus oferece um áudio-guia, que, quando eu fui, no ano passado, ainda não tinha versão disponível em português, mas isso estava prometido para o início desse ano.

O tempo

Julho é mês de férias na Irlanda, mas nem por isso a chuva dá trégua. Uma simpática camisa vendida em lojas de souvenires mostra uma estampa de como são as quatro estações do ano em Dublin – e, em todas elas, uma simpática sombrinha e uma nuvem chuvosa estão presentes. Por isso, não dispense o guarda-chuva ou um casaco com capuz impermeável para andar pela cidade. O clima em Dublin é famoso por reunir as quatro estações em um único dia!

Apesar da chuva, Dublin tem ótimas paisagens, principalmente para quem vai no verão ou outono (Crédito da foto: Clarissa Donda)
Apesar da chuva, Dublin tem ótimas paisagens, principalmente para quem vai no verão ou outono (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Onde ficar

Aqui no blog da Expedia tem um post ótimo sobre dicas de hotéis em Dublin, mas a gente já adianta algumas barbadas. Quem quer ficar perto do burburinho deve escolher os hotéis mais próximos do centro; ter a Trinity College como referência é uma boa pedida. Assim, você consegue visitar muitas das atrações a pé. Já quem quer ficar perto da noitada – Dublin é famosíssima pela noite agitada – e não se incomoda com a agitação (contando que, após a balada, você chegue rápido ao hotel), a dica é se hospedar próximo ao Temple Bar.

Hotéis mais afastados são mais tranquilos, mas você vai depender do transporte para chegar ao centro – é o caso dos hotéis e albergues próximos à destilaria Jameson (isso mesmo, a do famoso uísque irlandês).

Por fim, ainda tem hotéis em Malahide, que é uma cidade afastada do centro de Dublin, mas com hotéis com uma bela vista para o mar, bem interessantes para quem quer descansar ou ficar mais tempo com a família.

Dia 1

Em Dublin, vale a pena acordar cedo! Uma dica é começar o primeiro dia já explorando a parte central – assim, você já consegue contextualizar um pouco da (enorme) história cultural de Dublin, e ainda se localizar na cidade.

Aproveite para começar com o tour alternativo do ônibus hop-on-hop-off que segue a rota do rio Liffey. Esse tour, que é bem mais curto que o outro, mostra dois pontos interessantes: um deles são as esculturas em homenagem aos irlandeses que morreram durante a Grande Fome, que aconteceu no século 19, quando uma praga dizimou todas as plantações de batata, a principal fonte de alimento dos irlandeses, levando milhares de pessoas à morte. Foi nesse período, inclusive, que muitos emigraram para outros países – muitos, inclusive, aportaram em Nova York, tanto que até hoje a influência irlandesa é bastante expressiva por lá. Outro ponto de destaque é o U2 Wall, cheio de grafites dos fãs da banda.

Dublin é sinônimo de arte e cultura, inclusive espalhadas pelas ruas (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Dublin é sinônimo de arte e cultura, inclusive espalhadas pelas ruas (Crédito da foto: Clarissa Donda)

De volta para o centro da cidade, troque para o roteiro tradicional do ônibus e desça na Trinity College, um dos maiores patrimônios e orgulhos da Irlanda.

Não deixe de tirar um tempinho para conhecer melhor a Trinity College (Crédito da foto: Clarissa Donda)
Não deixe de tirar um tempinho para conhecer melhor a Trinity College (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Vale a pena perder (ou ganhar) sua manhã ali, conhecendo a Old Library – uma das mais antigas e impressionantes bibliotecas do mundo – e vendo as exposições organizadas por lá. Quando eu fui, a exposição contava a história da Batalha de Clontarf, que aconteceu há mais de mil anos e marcou o início da história do que viria a ser Dublin um dia. Para quem gosta de batalhas antigas (e, vá lá, sangrentas), essas exposições são excelentes – Game of Thrones não é nada comparado à antiga Dublin.

A Old Library é o verdadeiro paraíso para quem curte arte e literatura (Crédito da foto: Clarissa Donda)

A Old Library é o verdadeiro paraíso para quem curte arte e literatura (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Já na parte da tarde, aproveite para sair da Trinity College e caminhar pela Fleet Street ou pela sua paralela, Dame Street, cheias de bares, pubs e restaurantes. É uma boa pedida para comer – aqui, inclusive, tem uma lista dos melhores restaurantes de Dublin. Depois, dá para seguir andando até o City Hall. Essa área tem várias lojinhas bacanas também.

Sim, em Dublin você também vai encontrar bons lugares para umas comprinhas, mesmo em um roteiro mais curto (Crédito da foto: Clarissa Donda)
Sim, em Dublin você também vai encontrar bons lugares para umas comprinhas, mesmo em um roteiro mais curto (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Se você tiver fôlego, vá andando (ou pegue o ônibus) e siga a rua até a Dublinia, onde você vai encontrar uma bela exposição de como era a Dublin antiga. É um museu que conta, com réplicas antigas e exposições bem lúdicas, como viviam os vikings que invadiram a região, as diversas batalhas que aconteceram e tipos de armas que eram usadas, o impacto da colonização inglesa, entre muitas outras coisas! Particularmente, achei o museu bem interessante para quem vai com crianças, e visitá-lo logo depois de ir à Trinity College fez toda a diferença para a gente contextualizar a história do país.

De lá, siga direto para a Catedral de Christchurch – há uma passagem que liga uma a outra (só confira se ela vai estar aberta, já que às vezes a catedral é fechada para eventos e missas). É uma das mais bonitas da cidade, e fecha com chave de ouro o passeio do dia.

Esta catedral é tão famosa e tão bonita quanto a de Saint Patrick (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Esta catedral é tão famosa e tão bonita quanto a de Saint Patrick (Crédito da foto: Clarissa Donda)

E eu disse isso mesmo – do dia. Porque uma boa pedida é, com a chegada da noite, voltar para o hotel, tomar banho e correr para o Temple Bar, que ganha uma cara totalmente diferente à noite. Mesmo que você não seja da balada, vale a pena conferir como é, pelo menos por algum tempinho.

E se você quer conhecer pelo menos um pub, que ele seja significativo, então! Então, vá para o Brazen Head, que fica na beira do rio, mas um pouco mais distante. É ele o pub mais antigo da Irlanda – existe desde 1198, com a mesma estrutura.

Dia 2

Se você não tem problemas em começar o dia bebendo, programe-se para pegar o primeiro horário da visita à Cervejaria Guinness – que é, indiscutivelmente, o programa preferido de quem vai a Dublin.

É claro que o nosso mini roteiro inclui uma visita à cervejaria mais famosa da Irlanda (Crédito da foto: Clarissa Donda)
É claro que o nosso mini roteiro inclui uma visita à cervejaria mais famosa da Irlanda (Crédito da foto: Clarissa Donda)

A dica é amiga, porque a cervejaria lota, e lota mesmo, ao longo do dia. Mas vale a pena: o prédio é interessante, e é possível conhecer o processo de produção da cerveja ao longo do tempo, até como é hoje em dia. De quebra, você ainda pode aprender a “tirar” uma Guinness como os irlandeses, mantendo a espuma emblemática da cerveja no ponto certo. O ponto alto do passeio – que, sem brincadeira, é alto mesmo – é o Gravity Bar, que fica no último andar da cervejaria e te dá direito a pegar uma cerveja. A vista é linda para a cidade, mas, assim como a cervejaria, o bar lota. Eu fui no horário da tarde e mal conseguia andar. Quem vai de manhã consegue aproveitar melhor o passeio e a vista.

Dali, aproveite o ônibus – de novo – e vá conferir a Kilmainham Gaol, a antiga prisão dublinense que hoje se transformou em um museu. Parece estranho sair de uma cervejaria e já pular para um passeio tão “pesado”, mas, bem… É um passeio cheio de histórias interessantes. Foi ali, por exemplo, que foram presos e executados os homens que lutaram pela independência irlandesa. O presídio também serviu de cenário para os filmes “Michael Collins” e “Em Nome do Pai”. Nesse último, o ator principal era Daniel Day-Lewis e, para se preparar para o personagem, ele ficou alguns dias “morando” na cela em Kilmainham Gaol, com membros da equipe do filme jogando-lhe água e maltratando-o.

Pode parecer meio bad vibe, mas o passeio por esse antigo presídio é super interessante (Crédito da foto: www.flickr.com/larry_koester - Creative Commons License)
Pode parecer meio bad vibe, mas o passeio por esse antigo presídio é super interessante (Crédito da foto: www.flickr.com/larry_koester – Creative Commons License)

Pesado? Então, em seguida, aposte na leveza, visitando a Galeria Nacional de Arte irlandesa, que sempre tem excelentes exposições permanentes e cafés deliciosos para quando bater a fome. E você pode terminar o dia, também, com mais bebida – só que, em vez de cerveja, opte pelo uísque: visite a Destilaria Jameson (também no tour do ônibus hop-on-hop-off) e conheça de perto o processo de produção da bebida. Você pode, ainda, participar de uma aula de degustação!

Até quem não é muito chegado em uísque vai gostar do tour pela destilaria Jameson (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Até quem não é muito chegado em uísque vai gostar do tour pela destilaria Jameson (Crédito da foto: Clarissa Donda)

Dia 3

Para fechar o passeio dos três dias com chave de ouro, reserve com antecedência um tour com saída de Dublin para Cliffs of Moher, uma belíssima região do lado oeste da Irlanda – é possível fazer em um bate-volta, mas é um dia inteiro de viagem. O tour sai cedo, por volta das 7h da manhã (você pode dormir um pouco no ônibus) e segue até o destino final, onde você vai encontrar paredões belíssimos de pedra de frente ao mar que formam uma das vistas mais impressionantes da Irlanda. A maioria dos passeios incluem almoço com vista para o mar e um tour curto pela baía de Galway.

O passeio é longo, mas vale a pena pela vista incrível do mar e das formações rochosas

O passeio é longo, mas vale a pena pela vista incrível do mar e das formações rochosas

Ufa, o roteiro é cansativo nesses três dias, não nego. Mas é o suficiente para voltar com uma paixonite aguda pela Irlanda – e, não raro, querer voltar para lá. Estou com planos de fazer isso ainda esse ano. Quem sabe não pintam mais posts com dicas de lá por aqui? 🙂